quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

2012, dá pra anestesiar antes?

Chegado este período mágico, colorido, cheio de falsidade e hipocrisia, chamado “final do ano”, resolvi externar o meu repúdio a mais um acidente cronológico: o Ano de 2011. Puta que pariu, que merda de ano!!! Eu ia fazer uma “Retrospectiva” geral, mas fiquei com medo de vomitar no teclado. Limitar-me-ei, pois, a escrever sobre os meus trezentos e sessenta e poucos dias. 

Escrever o meu livro sobre o Solar do Unhão tomou-me tempo o bastante para que eu nem ousasse procurar um trabalho. Destarte, passei um ano de penúria financeira. A pobreza do bolso, fez-me mergulhar na miséria espiritual, afundando minhas horas vagas em botecos podres, bebendo cervejas horríveis e fumando Hollywood vermelho. 

Quando terminei a árdua tarefa de escrever, estava pronto para curtir um pouco e, em seguida, catar um trampo, fui brincar de queda de braço. Como deus é fiel e jesus me ama, a inditosa brincadeira acabou com uma bestial fratura no úmero direito, que transformou minha vida num caldo de inércia, paralisia, tédio e dor.

Neste período vi o mundo partir em desvairada cavalgada e eu, engessado de tudo, fiquei parado. O medo de ter que parar de tocar bateria, de ter que aprender a escrever com um braço só, de me ferrar no dia a dia mais do que o habitual, tomava conta da minha cabeça já não muito boa. Meses (meses!) de cama e movimentos cuidadosos, até a fisioterapia salvar alguns dos meus movimentos braçais.

Braço tratado, oitenta por cento deste problema resolvido, fui curtir um som na praça. Como deus é fiel pra caralho e jesus quer casar comigo: deslocamento brutal da patela esquerda. Uma dor de fazer as bolas do saco trocarem de lugar em movimento espiral! E, neste momento escrevo-te com uma bolsa de gelo no meu empelotado, imobilizado, dolorido e horrendo joelho. Tramadol para ficar doidão e abstinência de vida por mais algum tempo. 

Fora os problemas dos amigos que foram graves e me fizeram comprovar antiga suspeita da existência de uma profundidade contundente no termo e na relação de amizade. Que todos encontrem resignação, força e alegria, se der.

Como diria o Cartola: tive sim, momentos legais neste ano, tive sim...Mas não chegam a arranhar o montante de infortúnios. Portanto, quando alguém me deseja “feliz ano novo”, fico imaginando que se ao menos eu me estrepar um tanto menos, já será uma glória!

Mesmo assim, caiamos para dentro! 2012, se plante! Se vier, que venha armado!!!

Um comentário:

  1. Apesar de nada ser tão ruim que não possa piorar, a única coisa que nos resta é juntar o resto das energias que temos, nos apoiar nos ombros dos verdadeiros amigos e seguir em frente... Que venha 2012!

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