UM SHOW DESPERDÍCIO: O dia em que a prefeitura quase acertou!!!

A prefeitura de Salvador destruiu 2 mil equipamentos de som nesta terça feira (23), em Itapuã. O motivo? Poluição sonora. Os equipamentos foram apreendidos pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom), em operações para tentar diminuir o barulho em locais e volumes indevidos.

É bem vinda a ação de combate à poluição sonora. Não é raro em Salvador que os donos de poderosos equipamentos de som explorem ao máximo a potencialidade dos aparelhos. Sem qualquer noção de cidadania, acabam transformando qualquer esquina em micareta. E quem não estiver em clima de festa, que aguente.

Mas será que precisava destruir todo o material apreendido? A imagem de duas mil caixas de som de diversos tamanhos sendo destroçadas por tratores na areia da praia foi de doer! Será que não haveria algum uso para os equipamentos com intenções mais nobres do que a de promover bagunça? Escolas não usam este tipo de aparelho? Instituições culturais que trabalham com música ou outros gêneros de arte, não poderiam ter sido beneficiadas com doações destes equipamentos?

A impressão que dá é a de que destruir objetos apreendidos em operações deste tipo é uma forma rápida e prática de se livrar daquele “peso”. Melhor do que “perder tempo” pensando em saídas mais inteligentes e menos perdulárias. A medida tem ainda um tom fortíssimo de pirotecnia exibicionista. É dizer: “assistam ao poder em plena execução”.

A orla de Salvador foi palco, mais uma vez, de um espetáculo público de desperdício promovido pela prefeitura. O equipamento de som, transformado em entulho, juntou-se a casos como os banheiros quebrados, relógios parados, lâmpadas verdes (de gosto bem duvidoso) que não funcionam, fiações expostas, ciclovias “conta-gotas”, barracOs de praia erguidos depois da demolição das barracas e a já conhecida buraqueira dos passeios.