quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Imun não sabe ser musicalmente eclético!!!

- Que tipo de música você prefere?

- Ah, qualquer um...eu sou eclético(a)!

Houve um tempo em que eu considerava esta resposta uma tentativa de expressar uma fleuma pretensamente cult. Uma maneira de transparecer capacidade incrível de interpretação de códigos infinitamente variados. Imaginava que estes “signos musicados” coubessem todos em prateleiras precisamente iguais, localizadas nos sentidos cerebrais de absorção musical das pessoas “ecléticas ao extremo”.

Uma dúvida insistia em pairar sobre meus pensamentos relacionados à música: Porque eu não consigo ser eclético ao extremo, mesmo tentando me despir de preconceitos e estereótipos musicais?

Porque eu não entendo, ou não sinto, a beleza de um pagodão uro-ginecológico, de um axé music-carnavalesco-cheio-de-alegria-e- magia, de um funk glúteo-canino, de um arrocha fanhoso? Porque eu não tolero musicas de amor de novela? Porque me irritam tanto os sucessos radiofônicos dos anos 80?

Eis que hoje, entre estas elucubrações perdidas e meio sem razão prática, me veio uma analogia tosca na mente. Talvez as pessoas “ecléticas ao extremo” não ouçam música. Quem sabe elas tenham na música tão somente um quebrador de silêncio. Ligam o som e...só. O que tocar é melhor do que o vazio amedrontador do silêncio. É como ligar o computador e prestar atenção somente no formato do monitor em vez de interpretar o conteúdo no site. Torcer para o time SÓ porque ele está ganhando...

Mas , é uma questão de gosto. Aceito o argumento. Meu gosto musical, por exemplo, é bem grosseiro para a maioria das pessoas. Quem sou eu para ditar a tendência musical “correta”? Não se trata disso. Não vejo problema em alguém gostar de gênero musical A, B ou/e C.

Só estou propondo uma discussão sobre a forma com que as pessoas se relacionam com a música. O entendimento da importância social deste tipo de arte. É apenas um questionamento de um apreciador de música que não concorda com sua redução a mero pano de fundo ignorado, esteticamente negligenciado e propositadamente descartável.

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